sexta-feira, 27 de julho de 2012

A Universidade pela qual lutam os comunistas


A Universidade pela qual lutam os comunistas: nota da Base Heron de Alencar do PCB sobre as eleições na UnB

A corrida eleitoral para a reitoria da UnB está em pleno curso. O número exagerado de candidatos na disputa revela desde logo que os apetites estão acesos muito embora os projetos de universidade de cada um deles permaneçam, até o  momento, indisponíveis para o debate. Em lugar deles, sobram manifestações de intenções e propostas de gestão sem que antes tenham sido apresentados os entendimentos desses candidatos, daquilo que seria uma universidade pública e seus compromissos com a sociedade. 
O PCB – por intermédio dos comunistas da UnB organizados na Base Heron de Alencar – manifesta a sua posição a fim de contribuir com o processo democrático em nossa universidade. Desde logo nossa intenção clara é a de dialogar com os candidatos do campo progressista a partir de uma proposta de universidade pública, gratuita, laica, popular, democrática e comprometida com a produção de conhecimentos que se voltem para o desenvolvimento e autonomia critica da sociedade brasileira.
Entendemos que a universidade pública não pode pretender estar acima das contradições societárias que a permeiam. Ao contrário, deve deixar claro qual sua posição e com o que ela se compromete. Não cabe dissolver sua natureza no discurso fluído de compromissos com neutralidades. Acreditamos que por essa via a dimensão libertadora da educação nunca se manifestará. Uma universidade pública deve primar pela excelência na produção do conhecimento, mas um conhecimento que proporcione as condições objetivas para a consciência crítica dos indivíduos, um conhecimento que aponte para o desenvolvimento social, econômico e cultural na Nação, um conhecimento que reafirme a soberania dos povos como ponto de partida para um mundo melhor.
Sob esse ponto de vista, nós os comunistas, identificamos em diversas candidaturas já lançadas o traço rançoso do pensamento neoliberal que, como projeto de  classe, mantém-se  vivo e atuante em todos os setores de atividades públicas e privadas. Na UnB não é diferente. Mesmo em candidaturas que no discurso se alinham ao campo progressista é visível: 
1) a defesa da eficiência e eficácia, instrumentos típicos do gerencialismo;
2) a ambiguidade em relação às fundações e suas atividades;
3) a defesa dos modelos produtivistas importados que rebaixam a pesquisa e a educação a posições de mercadorias vulgares;
4)o autoritarismo escamoteado no discurso da sobriedade.
Ou seja, já nas intenções vemos  o compromisso com a manutenção da Universidade nos moldes em que ela se encontra atualmente.
Assim o PCB, representado pelos seus militantes na UnB, entende que nosso diálogo com os candidatos deve, necessariamente, restringir-se aos que não integram o campo neoliberal. Mais ainda, nós comunistas vamos participar da disputa e para isso condicionamos nosso engajamento a uma conversa política previa entre os candidatos do campo progressista e a base do Partido na UnB. 
Nossa intenção é clara: não nos escondermos uma vez que somos força política organizada e representativa na UnB!  Entretanto, essa disposição  ao diálogo não pode ser confundida com tentativa de barganha política. Nosso engajamento na campanha não implica alinhamento e compromissos que não sejam com um programa claro. Em diretas palavras: não nos interessa e nem é condição para nosso apoio, discussões sobre cargos ou vantagens em caso de vitória do candidato apoiado!
Nesse diálogo com os candidatos do campo progressista, algumas pautas específicas da UnB nos são caras:
1) A convocação da estatuinte;
2) A manutenção de flexibilidade de horário dos servidores técnicos-administrativos;
3) A elaboração de editais (ou equivalentes) para a de soluções dos problemas internos da UnB (ex.: segurança), valorizando nossos quadros e a riqueza de nossas competências;
4) A melhoria das condições e das relações de trabalho, por meio de políticas e programas de qualidade de vida no trabalho (de viés contra-hegemônico);
5) Implementação de uma gestão profissionalizante a fim de fazer, aos poucos, extinguir-se a figura do professor-administrador – um grande equivoco das IFES brasileiras;
6) Ampliar o protagonismo político da UnB no Distrito Federal.
Reforçamos, por fim, nosso compromisso com a construção de uma universidade pública e comprometida e que, portanto, o nosso diálogo ficará restrito às candidaturas que partilhem dos mesmo compromisso e que seja simpáticas às pautas específicas por nós defendidas. Com tais candidaturas, tomaremos a iniciativa de estabelecer o diálogo.
Base Heron de Alencar
Partido Comunista Brasileiro


domingo, 22 de julho de 2012

Nota de Apoio da Base Heron de Alencar à Greve da UnB


NOTA OFICIAL DE APOIO À GREVE DOS PROFESSORES, SERVIDORES E ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Nós, professores, estudantes e servidores técnico-administrativos militantes do PCB na UnB envolvidos com a greve reafirmamos a posição do PCB em defesa intransigente do direito de greve que a truculência do governo petista quer violar, e nos posicionamos firmemente na defesa do prosseguimento do movimento até a solução efetiva para nossas reivindicações. Assim reforçamos nosso alinhamento ao conteúdo dos documentos entregues ao MEC e MPOG em defesa da valorização da educação superior no Brasil, em defesa de uma carreira digna para professores e servidores das universidades e institutos federais e por uma educação de qualidade.
Somos radicalmente contrários a intenção do governo de repassar a conta da crise internacional ao trabalhador, quando sabemos o quanto este mesmo governo gasta dos fundos públicos para manutenção dos interesses do capital, principalmente com os juros da dívida e para com os desatinos rentistas do capital financeiro internacional.

Sendo assim repudiamos:
1) Toda e qualquer iniciativa do governo no sentido de punir os trabalhadores em greve (cortando o ponto de seus dias parados, por exemplo!) quando o próprio governo insiste em não negociar a pauta do ANDES há mais de um ano, e sistematicamente vem desmarcando unilateralmente e sem justificativas as audiências de negociação.
2) Toda e qualquer tentativa de culpabilizar os trabalhadores do setor pela greve quando, na verdade, cabe ao governo a irresponsabilidade de não reconhecer os direitos sociais propostos pelas entidades de classe há muito tempo aguardando manifestação oficial das autoridades competentes.
3) As falaciosas tentativas de confundir a opinião pública colocando na sombra as mazelas do REUNI que tem transformado os campi universitários em um paiol de pólvora da degradação das condições de trabalho e do sobretrabalho, ocupando espaço nas coletivas oficiais de imprensa para enaltecer as fachadas dessas obras sem o equivalente de investimento em pessoal de apoio indispensável à real execução das atividades de ensino, pesquisa e extensão de qualidade nesses empreendimentos.
4) Exigimos negociação imediata e o fim da abjeta prática de truculência política do atual governo.

Base Heron de Alencar - UnB 

PCB – Partido Comunista Brasileiro